O
garçom inesquecível
Todas
as vezes que minhas amigas e eu resolvemos sair é sempre para comer. E no meu
aniversário de 24 anos não foi diferente. Resolvemos ir comemorar em um
restaurante da cidade vizinha, era dia de rodízio das melhores pizzas da
região. Eu não estava muito animada para ir, mas não podia desmarcar com as
meninas em cima da hora. Eu nem imaginava que naquela noite conheceria um lindo
rapaz que ficaria na minha cabeça por meses, ou melhor, ainda está.
Chegamos
ao local e fomos acomodadas, não demorou muito para que o garçom mais lindo que
já vi na vida viesse nos atender. Em um primeiro momento nem arreparei nele, só
quando Grazielle comentou e Amanda e Vivian concordaram com ela é que observei
melhor e percebi o quanto o rapaz era interessante. Quando ele veio servir a
pizza que Grazi havia pedido nos perguntou se queríamos mais alguma coisa,
sorri e disse que não. Mas foi só ele sair da mesa e eu disse brincando “Quero
sim, você!”. Era uma noite fria de julho, realmente estava bem frio, e eu havia
ido com um casaco de tecido mais fino. Disse as minhas amigas brincando “Se ele
perguntar de novo se desejo mais alguma coisa vou responder que sim, que ele me
esquente”.
Amanda e eu começamos uma pequena disputa de quem ficaria com o boy. Ele era
novinho, aparentava ter uns 20 anos, ou seja, quatro anos mais novo que eu.
Rapazes mais novos nunca me despertaram interesse, sempre gostei de homens mais
velhos que eu. Mas aquele realmente havia me chamado a atenção. Amanda me disse
“Nada disso Marcela, eu o vi primeiro, você nem o tinha achado bonito na hora
que chegamos”. Não concordei e disse “Ah não Amanda, eu nunca me interesso por
novinhos, como esse me interessou você deveria deixá-lo pra mim”. Obviamente
que minha amiga não concordou. Na terceira vez que ele voltou a nossa mesa
começou a conversar comigo, demonstrando maior atenção, até descobri que
a pizza preferida dele era a mesma que a minha, brócolis com bacon. Grazi me
disse que ele estava interessado em mim, mas não acreditei, achei que só estava
sendo educado e simpático.
No
decorrer da noite ele continuou sendo simpático com nosso grupo, mas sua
atenção estava realmente voltada para mim. Toda hora fazia questão de se
certificar que os sabores que eu escolhia estavam chegando à mesa. Senti-me nas
nuvens com tamanha atenção. Acabei exagerando na quantidade de pizzas e comecei
a me sentir mal. Quando ele veio servir um último pedaço de pizza acabei
recusando por estar me sentindo mal. Ele insistiu e eu disse que não, que
estava satisfeita. Então ele disse “E sorrisos, você aceita?” e exibiu um dos
sorrisos mais lindos que já vi. Como eu estava passando mal não dei muita
atenção para aquele ato, e acabei não respondendo nada, só sorri de volta. Até
hoje me arrependo disso. Ainda me sinto uma idiota por não ter perguntado qual
era seu nome e talvez seu telefone. Saímos de lá e não o vi mais. Tentei de
todas as formas descobrir o nome daquele lindo garoto. Até perguntei para os
funcionários do restaurante pela página no facebook, mas acho que eles
confundiram a pessoa, ou então ele não possui perfil lá.
Aquele
sorriso lindo ficou na minha cabeça. Não me lembro nitidamente de seu rosto.
Lembro-me que tinha uma pinta perto da boca, que o deixava ainda mais charmoso.
Lembro-me também que em uma das idas dele a nossa mesa tocava “Suggar”, do
Maron 5, no ambiente, e por isso quando escuto essa música imediatamente me
lembro dele. Tentei reencontrá-lo, depois de cinco meses voltei no restaurante,
mas não o encontrei. Pensei em voltar lá novamente, mas ainda não
tive a oportunidade. Mesmo hoje, após nove meses, ainda não o tirei da cabeça.
Nove meses sem esquecer um alguém que nem mesmo sei o nome. Não sei se o
reencontrarei um dia novamente, e muito menos se, caso nos reencontrarmos, ele
terá interesse em mim de novo. Tudo o que sei é que preciso revê-lo para pelo
menos seu descobrir nome e ver aquele sorriso lindo. Aquele sorriso que não sai
da minha cabeça.
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