Novos
tempos
Desde
que eu e Catarina chegamos ao Rio de janeiro nossa rotina tem sido intensa. Nos
primeiros dias tivemos tantas coisas pra organizar. Não trouxemos muitas coisas
de Minas, mas em contrapartida compramos muitas coisas aqui. Afinal, compramos
um apartamento sem mobília, e simplesmente não podíamos sair carregando os
pertences dos nossos pais. A única coisa que trouxemos foram nossos livros.
Quando
ainda morávamos lá eu dizia a ela que percebia que havia amadurecido quando eu entrava
em lojas de utilidades domésticas e ficava louca para comprar. Aqui não foi
diferente. Em cada loja que eu entrava queria comprar algo para o apê. Foram
tantas compras. Isso porque temos alguns gostos e preferências diferentes. Por
exemplo, eu sempre quis ter um jogo de panelas vermelhas, e Catarina sempre
quis um jogo azul, ou seja, compramos os dois, e mais um de inox. O mesmo
equivale a jogos de taças, sempre quis ter um vermelho, e Catarina o azul,
acabamos por comprar os dois jogos, e mais alguns. Na verdade sei que sempre
compraremos jogos de taças. Na loja de cama, mesa e banho foi um pouco mais
fácil, já que cada uma comprava itens para seus respectivos quartos. E na loja
de enfeites? Tantas coisinhas bonitinhas. Gastamos bastante, afinal, queríamos
um apartamento bem a nossa cara, e nada melhor para construir a identidade de
um apartamento do que itens de decoração.
Depois
que terminamos de organizar o apartamento partimos para um dos nossos maiores
sonhos de consumo: nossa biblioteca. Pode parecer que foi fácil montar uma
biblioteca, já que amamos livros. Mas não, não foi. Não tínhamos espaço para
uma biblioteca muito grande, então tivemos que dar uma peneirada para
escolhermos quais livros compraríamos. Mas é justamente aí que estava o
problema. Como conseguiríamos escolher apenas alguns livros se simplesmente
gostaríamos de ter todos? Foi difícil. Tivemos que fazer uma lista com aqueles
que realmente eram prioridades. Mas é claro que sempre que tiver uma promoção
compraremos mais.
Quando
terminamos de organizar por completo o apartamento, começamos a nos dedicar a
nossa rotina oficial. Sempre acordamos às 6:00 da manhã para caminharmos.
Confesso que tenho uma vontade louca de desligar o despertador e continuar
dormindo, mas como estou num grande processo de mudança, sei que não posso
fazer isso. Preciso ter uma rotina fixa de atividades físicas. Além do mais, o
Rio não é um local muito adequado para caminhadas depois das 9 da manhã,
principalmente para alguém que tem dor de cabeça quando se expõe muito ao sol,
como eu. Tem dias que após a caminhada matinal costumamos ir à praia. Coisa de
mineiro que viveu anos longe do mar, indo à praia uma vez ao ano. Em alguns
dias da semana temos uma atividade física secundária. Catarina vai para o
pilates e eu para a academia fazer musculação (odeio puxar ferro, mas depois de
perder 20 kg tenho mesmo que fazer). Futuramente pretendo largar a academia e
entrar para aulas de dança, já que sou um fiasco no que se refere a dançar.
Depois da caminhada e de um bom banho, é hora de trabalharmos. Catarina é
repórter de uma revista de moda, e eu escrevo para um site de cultura.
Constantemente tenho que ir a lançamentos de livros e filmes, e eu simplesmente
amo isso. É tão bom trabalhar com aquilo que se ama fazer. Na verdade encaro
meu trabalho como um lazer, já que tenho que falar de livros, filmes e séries.
Geralmente
quando não estamos trabalhando tentamos conhecer novos lugares da Cidade
Maravilhosa, novos pontos turísticos, pois agora precisamos conhecer bem a
cidade que estamos morando. Tento ao máximo possível passar longe de um
shopping quando estou na companhia de Catarina, pois senão só escuto “Júlia,
olha que sandália maravilhosa, vou ter que comprá-la”, e lá vai mais um par
para a coleção de calçados da minha amiga.
À
noite costumamos sentar na sala para ver série ou para ler. Agora que Helena,
minha amiga de infância, está para se mudar para cá, decidimos que uma vez por
semana faremos uma sessão de cinema, com um filme bem açucarado ou bem
aterrorizante, acompanhado de muita pipoca. Tentamos não dormir muito tarde, já
que acordamos cedo, mas tem dias que a série chega naquele episódio inesperado,
ou o livro chega a um capítulo que não é possível deixar de ler no momento, e
assim acabamos dormindo tarde, e acordando iguais zumbis no outro dia. Por uma
boa causa, é claro.
Ainda
não temos uma rotina perfeita. Mas isso faz parte da nossa vida, da nossa
mudança. Ainda estamos nos adaptando ao dia a dia na Cidade Maravilhosa.
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