Inocência
Qualquer pessoa de bom coração que
eu perguntar se prefere manter uma boa e sincera relação com alguém ou viver
uma mentira e ser enganada, ficará com a primeira opção. Então por que essa
mesma pessoa costuma assumir o outro lado, agindo de má fé na vida de outra
pessoa? A resposta é simples, isso não existe. Não dá pra ter um bom coração e
mesmo assim escolher transformar a vida do outro de acordo com o seu interesse.
Resumindo, não dá pra ter um bom coração e ser um merda para o outro que
confiou e apostou suas fichas em você. E por que eu ainda me surpreendo quando
vejo acontecer, inclusive comigo? Talvez as pessoas (MUITAS PESSOAS) acham que
eu seja inocente por ainda acreditar no bem e, consequentemente, me
surpreender. Por anos e anos, meu coração foi guiado pelo amor e pelos sonhos.
Conversar com as estrelas me parecia o auge da emoção do meu dia. Sempre
acreditei em algo maior, grande e incrível. Mas, calma, não era cega para as
injustiças, as violências e desigualdades. Bem longe disso, na verdade. À
medida que eu abria meus olhos e enxergava o mundo real, meu coração chorava e
chora, frequentemente. Eu gostaria que fosse diferente. Talvez por este motivo,
ainda insisto em acreditar. Não em todos. Não mesmo. As dores e as feridas me
fizeram mais dura (questionável). Eu sinto onde e em quem posso entregar o meu
coração. Eu sinto o que posso confiar. Ele erra, eu erro? Com frequência. Mas
não suporto a ideia de desistir. Não suporto pensar que o bem querer natural do
meu mole coração se perdesse. O mundo é duro e injusto, e sem o meu sensível
coração com certeza a vida seria bem mais. Para muitas pessoas a minha sensibilidade,
a minha inocência, quer dizer que sou trouxa. Se isso for sinônimo de querer
confiar e viver a beleza da vida quando o meu coração disser que é certo, sim,
eu escolho ser trouxa. E se, no final, sairmos feridos, tudo bem. Claro que não
estará tudo bem, sofrer quer dizer novas feridas, remendos, cicatrizes. No
entanto, ainda estarei vivendo segundo o que acredito. Eu escolho a inocência,
mesmo que isso queira dizer que eu sou “trouxa”. Eu escolho a inocência, a
sensibilidade, a pureza, eu escolho o meu coração, eu o escolho o amor.
Adorei a reflexão, hoje a vida faz de tudo para nos tornar frios e analíticos, inclusive nos relacionamentos; mas em se tratando de seres humanos, imperfeitos que somos, não há nada exato e preciso...
ResponderExcluirImportante é mantermos nossos valores e nossas crenças, e nos aproximar de pessoas que compartilham essas coisas boas.
Sensibilidade, num mundo que é cada vez mais automatizado e enlatado, é uma dádiva!