A mudança
São
9:00 horas da manhã, estou deitada na minha cama ao lado do meu amor, que dorme
profundamente. Ainda estou extasiada pela noite de ontem. Thiago, meu namorado,
me pediu em casamento num lindo jantar a luz de velas, no meu restaurante
preferido. Olhando para esse homem lindo, que tanto amo, me sinto totalmente
culpada por quase tê-lo deixado escapar. Ficava ouvindo as más línguas e quase não
dei uma chance a esse homem maravilhoso.
Conheci Thiago há três anos, quando
comecei a trabalhar em uma empresa de tecnologia, no setor de comunicação. Eu havia
acabado de me formar e consegui uma vaga de assistente de comunicação, não era
o que eu queria, mas como recém formada não podia exigir muita coisa. Nos meus
primeiros dias na empresa nossos caminhos não se cruzaram, pois ele estava
viajando a trabalho. Em uma manhã de quarta-feira, três semanas depois do meu
início, encontrei um homem que eu ainda não conhecia no meu setor. A primeira
vista o achei bonito, mas nada muito exagerado. Perguntei a Camila, minha nova
amiga, quem era aquele homem, e ela então apresentou Thiago, o Gerente de
Contratos da empresa. Pouco depois fiquei sabendo que ele era o “galinha” de
lá, corria atrás de todas as mulheres e todas se jogavam a seus pés. Já de cara
pensei: “Não fui com a cara dele, e ele nem é essa coisa toda, é apenas bonito”.
Comecei a perceber que ele se achava demais.
Conversava com meu colega apenas o
essencial, parecia que rolava uma antipatia entre nós, nem eu ia com a cara
dele e nem ele ia com a minha. Ele simplesmente não perdia a oportunidade de me
cutucar, com alguma provocação. Passados uns dois meses começamos a nos tratar
melhor. Não provocávamos um ao outro e conseguíamos trocar algumas palavras sem
uma má resposta do meio. Comecei a perceber que ele estava me olhando
diferente, sorria pra mim a todo o momento, e não era qualquer sorriso, era um flerte.
Eu não tinha interesse nele, mas gostava de flertar com ele, me fazia sentir
desejada. Não demorou muito para que ele me convidasse para sair. Metade de mim
queria ir, mas tinha uma vozinha na minha cabeça que dizia “Não caia na lábia
dele, ele é um sem vergonha, lembra?!”. Superei aquela metade que queria dizer
sim e disse “não”. Ele ficou chateado e isso me deixou meio vulnerável, mas
segui firme na minha resposta. Por alguns dias ele me tratou com indiferença,
mas logo voltou a me tratar normalmente, até passamos a conversar mais. Quanto
mais criávamos intimidade, mas eu me sentia atraída por ele. Comecei a ver
detalhes nele que antes eu não via, como o furinho que ele tinha no queixo. Contei
isso a Helen, minha amiga de infância. Ela dizia que eu deveria dar uma chance
a ele, me disse que as pessoas mudam, e que se ele realmente era do jeito que
diziam, o amor poderia mudá-lo.
Parecia que quanto mais eu lutava em
dizer não, mais o destino queria me fazer dizer sim. Como na tarde que caiu uma
tempestade justamente no fim do expediente. Fiquei na porta do prédio
imaginando como eu iria embora, já que eu havia deixado a sombrinha em casa e o
ponto de ônibus era longe. Para minha surpresa Thiago me ofereceu carona,
fiquei receosa em aceitar, mas como não tinha outra opção acabei aceitando.
Conversamos tanto durante o trajeto. Ele falou um pouco dele e dos comentários
a cerca dele, disse que não era bem assim do jeito que as pessoas falavam, que
era sim um paquerador, mas simplesmente porque ainda não encontrara a pessoa
ideal para mudar sua vida. Quando cheguei em casa fiquei decepcionada por ter
que deixá-lo ir, mas era o melhor a fazer.
Persistente
como era Thiago não desistiu de mim e novamente me convidou para sair. Eu
estava tão atraída por ele que dessa vez não consegui dizer não, mesmo sabendo
que poderia sair dessa história com o coração partido. No dia combinado fiquei
super ansiosa, as horas pareciam passar bem lentamente. Quando ele chegou para
me buscar estava estonteamente lindo, tão cheiroso, aquele perfume nunca mais
saiu da minha mente. Saímos para comer uma pizza e tomar um vinho. Entre tantos
assuntos descobrimos muitas coisas em comum, como o desejo de fazer um mochilão
pela América. A conversa estava tão boa que não percebemos o tempo passar. Em
momento nenhum ele tentou me beijar, simplesmente estava deixando a noite
rolar. Aquilo me fez pensar que realmente ele não era aquilo que as pessoas
falavam. No final da noite, quando me deixou em casa, finalmente me beijou. Ah
aquele beijo! Fiquei pensando nele a noite toda.
No outro dia no trabalho tentei agir
normalmente, mas a presença dele me deixava ansiosa e nervosa. Queria muito
experimentar aqueles lábios novamente. Para minha completa felicidade ele me
chamou para sair novamente, e depois mais algumas vezes. Quando percebi já
estava totalmente apaixonada, morrendo de medo de o seu lado safado falar mais
alto e eu me machucar. Mas aconteceu exatamente o contrário. Ele também se
apaixonou e me pediu em namoro. No início fiquei com medo, insegura, mas à
medida que o tempo foi passando a confiança foi crescendo. Thiago saia comigo
na rua e simplesmente só olhava para mim, para ele não existia outras mulheres.
Fui percebendo que as palavras de Helen faziam total sentido, ele havia mudado
completamente, agora era um homem fiel e que se desdobrava em maneiras de
demonstrar o amor que sentia por mim.
Quanto
mais o tempo passava, mais nos amávamos, e então começamos a planejar o futuro.
Além de tudo eu havia sido promovida, agora era Analista de Comunicação, o que possibilitava
fazer novos planos. Começamos a falar em casamento e filhos, e decidimos que
nossa lua de mel seria o mochilão pela América, pois depois que tivéssemos
filhos esse desejo seria difícil de realizar. Eu só não imaginava que o pedido
estava tão próximo.
Olho para o lindo anel no meu dedo anelar esquerdo e começo
a sorrir, não acredito que daqui a alguns meses estarei casada com esse homem
lindo que está abraçado a mim. Serei eternamente grata a ele por ser tão
persistente, pois se não fosse assim não estaríamos aqui juntinhos agora.
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