Apenas um toque
Eu ainda não consegui dormir. O perfume
da sua pele e o sabor do seu beijo incendeiam a minha mente e o meu corpo,
principalmente. Não sei se serei capaz de dormir nesta noite, ou nas próximas,
se você não estiver aqui comigo. A minha respiração está acelerada, todos os
cabelos dos meus braços esticam com a intensidade e o frenesi dos meus
pensamentos e da memória que eu tenho de você, de nós... Nossa, como o nós
sempre foi intenso e único. Apenas um toque e eu me contorcia por inteira, e
você sabe exatamente como me deixar assim. Como eu preciso ter essa sensação
mais uma vez. Felizmente, e também infelizmente, eu me recordo perfeitamente de
cada segundo do nosso último encontro, daquele que foi o melhor, o mais breve,
porém o mais ardente. Desde que te vi, naquele dia chuvoso, eu senti que seria
único. Sempre foi, você sabe. Os beijos nunca foram iguais, mas sempre foram
repletos de paixão e vivacidade. Tudo em nós era vivo. Nós incendiávamos
qualquer instante de união, qualquer encontro, por mais breve que fosse. E
sempre queríamos mais. E como eu quero.
Não posso negar que minha mente pede para
eu ser racional e ignorar tudo isso, mas meu corpo é insistente. Ele pede por
você, mais uma vez, mais uma única vez. A última foi incrível, mas preciso
viver aquela sensação novamente. É viciante, estar com você é viciante. Aquele
dia, chuva caindo, nós bravos dentro do carro, você tenta me acalmar e parar de
pensar besteiras, mas eu não cedo. Você sabe que eu estava certa e eu também
sei que você estava certo. Erramos, mas aquela noite não foi um erro. Após um
dia intenso, muita chuva, palavras ditas e não ditas, o calor dos nossos corpos
iniciou a conexão. Nunca foi fácil estar num mesmo espaço que você por muito
tempo. Era questão do silêncio se fazer presente para que o primeiro toque
incendiasse todo. E que toque! A lembrança me faz novamente arrepiar. O seu
toque é único. Posso senti-lo, mas não o suficiente. Quero senti-lo.
Você acariciou levemente o meu rosto, pude sentir por todo o meu corpo. Seus lábios tocaram a minha face à medida que seus dedos deslizaram o meu pescoço e chegaram até o decote generoso das minhas costas. Seus beijos ficaram mais intensos, assim como a minha pulsação. Nos arrepiamos com o encontro de nossos lábios e nos perdemos nas carícias urgentes. Aquela meia-calça, que você tanto gostava, lhe causou um suspiro prazeroso quando você descobriu que ela não estava sozinha. Segurei a risada quando seus dedos apertaram a minha coxa desnuda e parte da cinta-liga preta de renda. Ali foi o estopim para nos perdermos por completo em nossos mais urgentes desejos. A chuva servia como melodia para o frenético encontro que ali acontecia. Quando me dei conta já estava colocando as minhas pernas envolta da sua cintura. Ligeiramente, você apertou a parte de trás da minha coxa e chegou com ansiedade ao meu bumbum. Eu, totalmente exposta e entregue, alisava o seu cabelo e o seu pescoço. Dei um leve grito quando seus lábios encontraram os meus seios. Completamente vulneráveis, mas completamente envolvidos um com o outro.
Em poucos instantes estávamos
despidos, tanto de roupas quanto de qualquer receio ou dúvida. Era apenas dois
amantes inteiramente focados no prazer um do outro. Respiração rápida, palavras
empolgantes, elogios ao vento, chuva deliciosa, e o êxtase da mais pura luxúria.
Não sei dizer em qual momento, mas chegamos às mais diversas sensações naquele
espaço limitado. Nossa, como eu gosto daquele carro e do calor que faz quando
estamos juntos nele. Que calor! Eu, você, nós éramos puro suor e excitação. Mesmo
com a fala entrecortada pela respiração acelerada eu entendi. “Te quero, te
quero. Aqui e em qualquer lugar, sempre”, você disse enquanto mordia a ponta de
uma das minhas orelhas e alisava os meus seios com uma das mãos. Mas por mais
bom e excitante, enlouquecedor até, acabou. E eu não faço ideia se terei isso
novamente. Eu sei que eu quero, só não sei se devo. O que tenho certeza é que
apenas um toque seu desperta tudo em mim. Apenas um toque e eu estou totalmente
entregue.
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