O paramédico
Sabe quando você tem aquela estranha
sensação de que um evento especifico deveria acontecer para que você esbarrasse
com “aquela” pessoa? Pois é, estou com essa sensação e me sinto mal por isso. Neste
momento, não paro de pensar na minha melhor amiga e no que uma noite de
desabafos e bebedeira fizeram eu experimentar. Sei que ela está bem agora, mas
ainda estou dividida. Só posso estar louca, muito louca. Eu simplesmente me
arrepio todinha quando penso nele e naquele corpo sexy. Sim, definitivamente, é
uma loucura. Mas uma loucura muito gostosa e excitante. Quando fui obrigada a
chamar a ambulância por medo do pé da minha best ter quebrado, não imaginei que
além da excessiva preocupação, eu também ficaria excessivamente excitada. Meus
olhos estavam a todo momento no pé da criatura mais bêbada que eu já vi. Quando
os paramédicos apareceram, o nível razoável de álcool no meu sangue e o calor
da noite, me tiraram do chão. Eu falava apressadamente, segurando uma das mãos
da Júlia e balançava a cabeça. “Vou ficar bem, Mel. Está doendo demais, mas vou
ficar bem. Se aquele chique não me matou, esse pé também não mata”, dizia ela,
tentando me tranquilizar. De repente, senti uma mão forte segurar o meu ombro
nu. Minha respiração acelerou ainda mais quando virei o meu rosto e encontrei
dois olhos castanhos e intensos me encarando. Naquele instante o tempo parou.
Os minutos seguintes parecem ter me
tirado totalmente da minha zona de conforto e me levado para um lugar quente,
super quente e empolgante. O paramédico sorriu, disse algo sobre a Júlia,
provavelmente, que ela ficaria bem, e deu um respiro tão intenso que me deu um
tesão daqueles. Um misto de culpa e euforia tomaram conta de mim. Então, com
muito custo me voltei novamente para a minha amiga bêbada e disse que não
sairia do seu lado. Ela sorriu ironicamente, entendendo perfeitamente o que
tinha acabado de passar pela minha mente. É incrível como ela me conhece tão
bem. Ali, por um segundo, fiquei com vontade de revirar os olhos pra ela, mas
me contive, afinal, não sabia se ele continuava me observando. A sensação era
que seus olhos estavam encarando as minhas costas peladas. E esse pensamento
despertou outro, um tanto ousado. Imaginei suas mãos grandes percorrendo toda a
minha pele. Com certeza me arrepiei e tive que conter a respiração acelerada.
Felizmente, para segurar um pouco a
minha intensidade da madrugada, ele foi na parte da frente da ambulância. Tive
alguns instantes de tranquilidade. Se bem que essa não é a palavra exata. Eu
não estava tranquila, ainda não estou. Eu só pensava nas mãos dele deslizando
todo o meu corpo e nos seus lábios carnudos beijando o meu pescoço. Várias
outras imagens invadiram a minha cabeça e eu fiquei ainda mais vermelha. Levei
um pequeno susto quando vi que já tínhamos chegado ao hospital. Novamente tive
que encarar aqueles olhos castanhos que me olhavam de um jeito que eu mal consigo
descrever. Não sei se era delírio, o álcool, ou a noite quente de lua cheia,
mas por um momento eu senti que ele me desejava do mesmo jeito que eu o desejo.
Sim, eu ainda o desejo.
Depois de me recompor, eu voltei a
minha atenção para o atendimento da minha best, que ainda estava super bêbada.
Fiquei ao seu lado durante o atendimento com o clínico, no raio x e depois enquanto
tomava a medicação. Felizmente, foi apenas uma torção e em poucos dias ela
estaria bem. “Agora pode relaxar e procurar o gato da ambulância. Ele te quer
também”, a Júlia disse e apagou. Eu não queria deixa-la sozinha, mas percebi
que o álcool junto com a medicação iria causar um sono profundo, então eu teria
que ficar no hospital um tempinho maior do que o esperado. Decidi tomar um café,
mas no fundo eu tinha esperança de vê-lo mais uma vez. Tomei dois expressos e
um cappuccino e nada dele. Respirei fundo e me senti uma boba. Cabisbaixa, eu
saia da lanchonete quando trombei com uma figura forte, alta e quente. Meu
coração acelerou, era ele. Sexy e irresistível, exatamente como eu me lembrava.
Nossos olhos se encontraram e ele sorriu de um jeito que todo o meu corpo reagiu.
Era inegável aquela tensão. Após alguns instantes de silêncio, ele disse: “Que
bom que eu a encontrei novamente”. Fiquei nervosa. Aquela voz me deu um tesão
perturbador. Eu me jogaria nele ali mesmo, se pudesse. “A Júlia está bem, está
dormindo”, eu disse meio agitada. Ele sorriu mais uma vez. “Quem bom... A sua
amiga se chama Júlia, mas e você?”, perguntou. “Melissa”, respondi. “É um
prazer enorme te conhecer, Melissa. Meu nome é Emerson e eu adoraria conversar um
pouco com você”, ele falou de forma excitante. Minha cabeça deu um giro, só
imaginando uma “conversa” bem intima com aquele homem gostoso.
Em poucos minutos percebi que não
havia apenas uma tensão sexual enorme entre nós. Além de lindo e sexy, Emerson
é inteligente, bem-humorado e engraçado. E por um instante, senti medo daquela
intensa conexão. Eu queria aquele homem, de todas as formas possíveis. Sim, ele
também me queria. Após uma breve dúvida, que me persegue, eu entendi os sinais.
Pelo menos o meu corpo eu sabia que ele queria. E assim teve. Foi inevitável,
eu queria, ele queria, nós queríamos demais. De uma conversa divertida na
lanchonete, acabamos parando em seu carro no estacionamento deserto. Agradeci
mentalmente por aquilo. Eu não sabia se iria aguentar esperar muito tempo para
ter aquele homem em mim. Em poucos segundos eu estava em cima dele, beijando o
seu pescoço e alisando o seu cabelo. Ele apertava a minha coxa com uma mão e deslizava
os dedos sobre o meu peito. A excitação nos consumiu e eu tive um dos momentos
mais instigantes da minha vida. Emerson me tomou por inteira, despertando um desejo
indescritível, tanto que voltei para o hospital com a vontade de passar horas e
horas agarrada àquele homem grande.
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