Você quer?
Sabe, andei pensando em tudo o que
tenho vivido, nas paixões perdidas, na intensidade com que vivo cada momento,
no que eu quero e, principalmente, não quero. A vida é estranha ou eu sou? Nada
parece normal quando se trata de mim. Os segundos são longos quando penso
naquilo que quero para o meu coração. O fato, que me persegue, sempre, é que eu
não sinto pouco. Eu sinto muito. Eu sinto bem além das trincheiras. E jogar o
jogo da vida pra mim ainda é muito estranho. Eu tento controlar o que sinto,
como sinto. É eterna luta que eu sempre acabo perdendo. Besteira, afinal, acho
que ninguém consegue controlar os sentimentos, a intensidade e sua reação
diante das etapas deste intenso jogo. Repito, não queria sentir tanto e a todo momento.
Mas sinto muito, por tudo e por todos. E no quesito coração não seria
diferente. Todos me dizem para me jogar, experimentar e, simplesmente, viver as
emoções, as sensações e o sentimento. Bom conselho, não há dúvidas. Nascemos
para jogar. No entanto, o resultado do jogo sempre me assustou. E eu sei que
não sou a única a ter este medo. Estou cercada por pessoas que sentem, guardam
e tem medo do resultado. Por este e outros motivos, eu e várias tantas nos
perdemos em pensamentos e emoções e, frequentemente, nos oprimimos. Não
deveríamos nos esquecer que há beleza no jogo e não apenas no resultado. Há?
Pois bem, há. Eu vejo. Quando me permito relaxar, eu consigo admirar o frenesi
da espera por aquele “bom dia”, “dormiu bem?”, “você me faz bem” ... Admiro
também o frio na barriga, o sorriso bobo, a voz sonolenta, a voz bêbada que diz
coisas inesperadas, a figurinha travessa, o flerte excitante. Mas a dúvida,
aquela dúvida de se estou escutando apenas frases prontas, enviadas igualmente
para outro alguém... Ah, essa dúvida me faz querer não sentir tanto, me faz
quase implorar para não me expor. Afinal, estaria eu jogando um jogo sujo e
injusto mais uma vez? Meu coração espera intensamente que não. No entanto,
quando se trata do jogo da vida, tudo é incerto. E agora eu preciso saber, você
quer ser o oponente, o parceiro ou o falso parceiro? Você quer lutar contras as
incertezas e jogar um jogo excitante? Ou você quer me encarar e dizer que nosso
jogo é único quando na verdade eu não sou a única que escuta isso? Você quer
apenas sentir? Pois eu, louca, estranha, com o coração mole, ainda estou na
partida tentando entender as regras.
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