terça-feira, 12 de outubro de 2021

 

Olhando as Estrelas


            Por favor, pegue a minha mão, caminhe ao meu lado e se deite comigo sob o luar incandescente. Apenas a sua presença é capaz de dar conta do incêndio que existe neste momento aqui dentro do meu coração. Sei que eu não esperava que fosse assim, não imaginava que poderia ser assim. Mas os dias não são mais os mesmos desde que te conheci. Todo dia, toda conversa, é uma nova experiência. Vivo sentindo sensações conflitantes e boas, como é possível? Eu, simplesmente, não esperava que fosse assim. Para uma romântica, sonhadora, e talvez um pouco decepcionada com o mundo e as pessoas, eu tenho me permitido sentir rápido demais. Mas essa “permissão” pode estar com os dias contados. Isso porque eu também tenho sido bastante realista pessimista. A ideia de me permitir e chegar ao abismo, acaba com a minha mente. Claro que há pensamentos maravilhosos, ideias extremamente estimulantes e excitantes. No entanto, fico assustada como nos parecemos em algumas coisas. Essa conexão inesperada, será que sou apenas eu que sinto? Tenho receio de estar enxergando apenas o que quero ver. Tenho receio de estar delirando e você não ser nada do que os meus olhos e o meu coração enxergam. Devo continuar? Devo me permitir e arriscar chegar até o abismo? Pode ser bom, claro. Podemos nos conectar ainda mais, desenvolver essa “coisa” intensa e excitante que somos juntos e chegar ao infinito (desculpa, não tenho palavra certa para descrever um lugar que ainda não cheguei). Porém, é apenas um “talvez”. Um dia alguém me disse para esquecer essa ideia de talvez e simplesmente me jogar, sentir e viver. Mas aquela voz me cutuca frequentemente pedindo para eu ser mais racional. Devo cala-la? Ou devo escutá-la? Eis a minha dúvida diária. A certeza que eu tenho agora é que eu gostaria de te tocar, sentir seus lábios tocando os meus, suas mãos percorrendo as minhas costas, a minha nuca e envolvendo o meu cabelo. Neste momento, eu gostaria que você segurasse a minha mão, olhasse nos meus olhos sorrindo e se permitisse viver a deliciosa loucura de apenas deitar sob o luar de primavera. Juntos, olharíamos para o céu extremamente azul e faríamos pedidos secretos para as estrelas. Ao final da noite nos beijaríamos como se fosse a primeira e a última vez.

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