Medo do quê?
Eu
sei, dá um medo danado, dá um aperto no peito, um nó na garganta, uma montanha
russa na mente, um arrepio nos braços, mexe com todo o corpo. A ansiedade e o
medo fazem isso com a gente, transforma o que poderia ser levado com calma e
leveza (“um passo de cada vez”) em receios e muitas dúvidas. Por que a pressa?
Por que transformar essa coisa boa em um peso tão grande? Por que colocar tantos
impedimentos? Eu sei, é o medo, a ansiedade e aquela maldita dúvida se vai dar
certo. Afinal, por que se arriscar por alguém que mal conheço? Por que arriscar
por alguém que abala todas as minhas estruturas? Por que negar o que anda
sentindo se sentir é tão gostoso? Não vejo erro em abrir o coração para a
alguém que também quer abrir o seu. Se os dois querem, por que não? O que ainda
te prende? O que te deixa com medo? Se você cuidaria de mim, se você abriria
mão de algumas coisas e atitudes por mim, por que eu não posso fazer o mesmo? É
uma via de mão dupla, precisa ser recíproco. A não ser que todas palavras voaram
com o vento e o seu coração nunca teve um espaço pra mim. A não ser que quando
você me conquistou todo o seu “interesse” se perdeu. Eu sei que a conquista lhe
atrai, porque também me atrai. No entanto, com você nunca foi apenas uma
conquista. É mais que físico, que atração e distração, você sabe disso. Pelo
menos, sabe que pra mim é. Agora, pra você já não sei... Eu achava que sabia,
tanto que meu coração saltitava. Pobre e incansável coração, onde foi colocar
seu afeto? Eu não sei. Simplesmente, não sei. Pensei que sabia, que estava tudo
certo, caminhando tranquilamente, como você dizia que estava. Pensei que seria
sem pressão, um passo de cada vez, daquele jeitinho gostoso. Como posso ter me
enganado tanto? Estou com problema de escuta? Não há outra explicação. Tantos
dizeres, tantos arrepios e emoções. É, agora me resta apenas superar mais um
ciclo e torcer para esse mole coração não desistir. Coitado, não possui filtro,
sempre habitando em lugares errados.
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