segunda-feira, 29 de novembro de 2021

 

Zona perigosa


            Taça de vinho numa mão, a outra com o celular, pronta para discorrer palavras que mais tarde irei me arrepender fortemente. Por que eu não o afasto antes que seja tarde demais? Por que insistir no erro? Não pense que eu falo de você, afinal, sentir nunca foi e nem é um erro. Eu falo sobre as palavras complicadas que estou querendo escrever. Eu sinto isso realmente? É apenas o álcool em meu sangue? Ou o medo? Qualquer que seja a resposta, eu deveria parar agora. Não posso me expor ainda mais. Minhas palavras costumam ser bastante claras, não tenho motivos pra mentir pra ninguém. Mas eu me limito, sim, me limito. É a minha autodefesa. E se eu irei abandoná-la, espero o mesmo de você. Espero e quero. Não posso mentir, eu quero. No entanto, a pergunta que fica é: estou pronta para abandonar a minha zona de conforto? Você está pronto para abandonar a sua? Sim, eu quero que você abandone a sua zona de conforto. Eu quero o seu desejo, o seu toque, o seu corpo, os seus beijos. Eu quero suas mãos em mim, os seus olhos... E eu quero que eu seja a única que você deseja, eu quero ser a única a ter a sua completa e intensa atenção. Eu quero ser o único motivo do seu tesão, do seu suor de madrugada. Eu quero que você me queira dia após dia. Eu quero ser a única mulher da sua vida, do seu mundo. Você está pronto? Uma palavra e eu estarei totalmente pronta. Uma palavra e eu serei completamente e inteiramente sua, para o seu prazer, o meu e o nosso. Apenas uma palavra e você será o único homem da minha vida, o único a ter toda a minha atenção, o meu desejo e o meu querer. Uma única palavra e eu estarei totalmente em suas mãos. Nossos corpos serão um do outro, assim como nossas mentes e nossos corações. Você está pronto para abandonar a sua zona de conforto? Uma palavra positiva e eu abandonarei a minha. Então serei apenas sua. Mas escute, eu quero, como quero, você sabe, mas não quero por querer, de qualquer forma e com qualquer pessoa. Essa pessoa é apenas você e a zona é perigosa. Juntos podemos experimentar tudo, podemos viver tudo, sentir, suar até o amanhecer. Apenas uma palavra sua e eu estarei pronta. No entanto, não pense que vai ser fácil. Pode ser simples, isso pode. Mas não vai ser fácil, nem de qualquer jeito. Sou eu, você sabe que sou apenas eu. Então vamos nos entregar às diversas sensações e fazer isso valer a pena. Vamos encarar juntos a zona perigosa.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

 

A garota do elevador


          Sabe aqueles momentos super estranhos em que parece que sua vida inteira passou em sua mente num instante? A ansiosa Ângela sabe bem o que é isso. Ela nunca imaginou que um instante pudesse se arrastar pelo que parecia uma eternidade. Mais de um instante, na verdade. Tudo parecia “normal” naquela terça-feira quente e chuvosa de primavera. Com seus vinte e seis anos de vida e quatro morando em um prédio, a jovem agitada ainda não tinha superado o seu medo de andar de elevador e sempre que podia optava pelas escadas. “Ótima forma de se exercitar, já que não suporto academia”, se justificava toda vez quando estava na porta do elevador e seu coração palpitava e mais uma vez fugia para as escadas, encarando longos sete andares. Com o tempo ela se acostumou e nem se sentia tão cansada. O porteiro e zelador, que trabalha naquele prédio há mais de 25 anos sempre a incentivava, nunca julgando seu intenso medo. “Muito bem, Anjinha, mais um mês e você estará com as canelas mais torneadas que o Rafa do 307”, brincou com ela naquela manhã. “Deus me livre ter aquelas canelas, seu Tony. Será que na volta vou ter que encarar a cabine do terror?”, disse bem humorada e saiu para fazer suas compras.

            Uma hora e quarenta minutos depois, Ângela estava de volta. A jovem encarou a recepção surpresa. O sempre correto zelador não estava lá. A primeira coisa que ela pensou foi “vou ter que encarar o elevador sozinha”, já que o Antônio frequentemente a acompanhava quando não tinha jeito de subir as escadas. Ela olhou para as inúmeras e super pesadas sacolas em seus braços e xingou um palavrão mentalmente. Respirou fundo, olhou para a porta da “cabine do terror”, apertou o botão com dificuldade e aguardou. Olhava para as mãos, depois para a porta e por fim para a escada, que naquele dia parecia ainda mais longa. “Eu vou conseguir. São poucos segundos. Eu vou conseguir”, disse baixinho. Quando a porta do elevador abriu ela imaginou o número 50. “Mas esse prédio precisava ser tão velho?”, pensou e fez uma careta. Atravessou a porta bem lentamente, olhando para ver se outra pessoa aparecia ou até mesmo o Antônio. Ninguém. Ela precisava encarar aquela situação. Num impulso apertou o número 7 no painel. A porta se fechou, suas mãos suaram ainda mais e um barulho bem estranho fez seu coração disparar. “Não é possível! Merda, merda, merda... Não acredito que isso está acontecendo comigo. Merda!”, disse.

Jogou as sacolas no chão e apertou vários botões e nada aconteceu. O mundo simplesmente parou naquele instante. Ângela viu sua vida inteira dançando em sua mente. Sua infância solitária, o primeiro amor, o último amor, seus avós, sua enorme e barulhenta família, os anos na faculdade, os amigos loucos e amorosos, o trabalho, tudo isso e mais um pouco surgiu em sua mente. Ela começou a imaginar que ficaria ali para sempre. “Coitada da suculenta que eu ganhei, vai morrer se eu ficar aqui pra sempre”, ficou pensando... “Mas ela já está morrendo!”, uma voz sarcástica gritou em sua mente agitada. Ângela, ou Anjinha para os que tinham paciência de conhecê-la, riu exageradamente. Não sei se era o nervosismo ou ela estava rindo mesmo da situação. Quando ganhou aquela planta disseram que era muito simples de cuidar e que, dificilmente, iria morrer. “A planta perfeita pra mim”, imaginou. Um mês depois a coitada da suculenta estava morrendo. “Se eu sair daqui, prometo que vou salvá-la”, disse em voz alta. Naquele mesmo instante o elevador começou a subir. A jovem deu um respiro profundo e aliviado. No entanto, dois andares acima seu coração voltou a disparar. Quando a porta se abriu, ela riu sozinha.

“É apenas uma pessoa entrando. Só isso... E que pessoa!”, admirou o homem alto e forte a sua frente. “Boa tarde, senhorita!”, disse com a voz rouca, o que causou um rebuliço no meio das pernas já trêmulas da pobre Ângela. “Boa tarde!”, respondeu timidamente. Como nunca tinha visto aquele homem ali antes? “Precisa de ajuda?’, o homem perguntou. “Ajuda? O que?”, falou confusa. Ele então apontou para as sacolas no chão e ela se deu conta. “Ah, obrigada!”, agradeceu. Num impulso, os dois fizeram um movimento para apanhar as sacolas e os seus braços roçaram de leve. Aquele breve contato despertou uma excitação em ambos. Eles se olharam e sorriram. O flerte foi interrompido por um barulho chato já conhecido por Ângela. “Merda!”, ela gritou num impulso. “Também tenho medo disso”, o homem confessou. A confissão abrandou o nervosismo da jovem, que abriu um sorriso bastante acolhedor. “Prédio velho, cabine do terror”, ela brincou. “Vamos respirar fundo... Isso. Apertamos o botão de emergência. Pronto. Continuamos respirando. Isso, muito bem. A situação vai melhorar”, ele, mesmo com medo, tentava acalmar a jovem atraente ao seu lado.

Dois minutos depois nada aconteceu. Eles se entreolharam. Quando viu que ela ficava mais ansiosa, apenas disse: “Temos que fazer alguma coisa para passar o tempo e nos distrairmos”. Ângela desacreditou no que havia pensado. Um sorriso malicioso a entregou, o que fez o homem se empolgar intensamente. Com as bochechas já muito vermelhas de ansiedade, medo, excitação e tesão, a jovem deu o sinal de que ele precisava. Eles foram tomados pelo calor do momento e se entregaram a um intenso beijo. Num instante, Ângela estava encostada na parede com as pernas envolta do corpo sarado daquele homem misterioso. Suas mãos pequenas e ágeis rapidamente desabotoaram a camisa alinhada dele. E com a maestria de quem sabe o que está fazendo, ele agarrou uma das coxas da jovem e com a outra mão levantou o seu vestido e puxou a sua calcinha de renda. “A, a...”, tentava dizer ofegante. “Eu sei”, ele respondeu, entendendo perfeitamente o que ela queria insinuar. Ela mal piscou e o homem já tinha aberto uma camisinha. Em poucos instantes, durante aquele instante excitante, ele estava com todo o seu vigor a preenchendo. Um prazer ainda maior, misturado com a emoção do momento inusitado, tomaram conta dos estranhos naquela “cabine do terror”. Ou ouso dizer, “cabine do prazer”. Então, após o êxtase e ápice mutuo, os dois ofegantes se entreolharam e sorriram ternamente.

Ângela mal conseguia entender o que tinha acabado de acontecer. Ela sabia, como ela sabia, mas era impossível acreditar no que ela teve coragem de fazer. Mas pela sua expressão, não havia arrependimento. Lentamente, ele a soltou e o barulho do elevador subindo fez a jovem se ajeitar abruptamente. A porta se abriu e mil sensações tomaram conta dos dois. Uma figura conhecida apareceu na porta e três pares de olhos se entreolharam. “Já ia na recepção te procurar. Tem um tempão que disse que estava subindo”, Jorge disse para o homem. “Desculpa, Ângela. Boa tarde! Como você está? Finalmente conheceu meu irmão? Esse é o misterioso Leandro”, continuou falando. “Merda!”, o xingamento escapuliu da boca da jovem e o homem, ex-misterioso, entendeu naquele momento o tamanho da bagunça. “Por que o irmão do meu ex precisava ter mudado tanto? Por que eu nunca o conheci? Merda!”, pensou.  

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

 

A realidade é o que é


            Por muitas vezes fomos ensinados de que escutar o coração não era o certo a fazer, afinal, é um órgão muito emocional, nada racional. De fato, ele é guiado pelas emoções e sensações. No entanto, chega um momento da vida que arriscar e escutá-lo pode dar certo. Pelo menos, pra você que ousou escutá-lo. Se o outro, destinatário de seus bons sentimentos, não soube receber tamanho sentimento verdadeiro, o problema está com ele, então o melhor é que ele saia logo da sua vida. Digo isso porque estava pensando nas vezes que me vi dividida por dois, ou até três, interesses amorosos. Quando somos jovens e inexperientes – imaturos, principalmente, entender essa dúvida parece doloroso, uma loucura. Como podemos gostar de duas pessoas ao mesmo tempo? Como saber a escolha certa a fazer? Não importa. Uma hora ou outra o interesse real vai ficar mais forte e você vai saber que fez a sua escolha. Ou não. Vai virar uma bagunça e corações serão despedaçados. Quando quebramos a cara algumas vezes, crescemos um pouquinho e aprendemos a escutar o nosso coração sem receios, e quase não existe essa dúvida. Não posso generalizar, claro, a vida e o coração é de cada um, então sentir também é. Mas quando somos maduros, entender o coração e enxergar o que o outro é em nossa vida se torna menos duvidoso. Muitas vezes não há nem espaço para ficar dividida por duas pessoas. Quando o sentimento é profundo – bem distante daquelas ligações rasas e traiçoeiras, só há espaço para uma pessoa no lugar mais prazeroso do nosso coração. Não há isso de “vou conversar com vários para descobrir qual é o melhor”. O coração simplesmente sabe: é aquela pessoa, é ele que eu quero fazer dar certo. Claro que há diversas variáveis no meio do caminho, afinal, o mundo é estranho e injusto. Neuras, medos, erros do passado invadindo a mente, a imaturidade do destinatário do seu afeto são alguns dos problemas que podem adiar ou acabar com aquilo que seu coração sabe que é o certo. Destes, o último é o que mais dói, porque quase sempre impedirá que o relacionamento avance. É o sinal de alerta para sofrimento e possíveis lágrimas. E se o amado ainda estiver no pique de “quanto mais melhor”, pode esquecer. O seu sentimento por ele pode ser verdadeiro, super certo, mas ele não está na sua sintonia e não é o momento do seu encontro. A imaturidade do outro, definitivamente, é o obstáculo mais doloroso que quem sabe escutar o coração pode enfrentar. A realidade é o que é, a realidade é horrível. Não tem como negar. E se uma felicidade atravessar o seu carinho, carregue-a, preserve-a, não a deixa escapar por besteiras, regue-a, agradeça.

sábado, 13 de novembro de 2021

 

A chuva


            Um dos órgãos mais importantes do meu corpo incendeia, vive um turbilhão de emoções e sentimentos quando se depara com a chuva. Para quem está acostumada a apanhar as migalhas e se inundar em expectativas exageradas, às vezes eu permito que meu coração sinta a imensidão da chuva abundante. Parece uma loucura, mas a insanidade é a minha amiga de longa data. Chuvas calmas, onde podemos nos molhar sem medo, deveriam ser a minha única opção. Mas a trovoada me faz acordar, despertar para a verdade bem diante de mim: a vida passa. Então vale a pena o risco. Já perdi tempo demais com águas rasas, atitudes pequenas ou a falta dela. Eu quero me enxarcar, quero que essa chuva tome o meu coração, o meu corpo e faça eu me sentir viva, mesmo que por um instante. Quero sentir que estou no meio de uma tempestade sem medo do que virá quando ela se dispersar no horizonte e um lindo arco-íris surgir. Quero que o arco-íris seja todo pra mim, dando brilho aos meus olhos. Quero enfrentar as águas turvas e receber a grande recompensa. Quero apenas sentir e ao final dizer que valeu a pena. No entanto, meu ansioso coração espera encontrar uma mão companheira no meio da tempestade, uma mão que me apoie ou que eu possa dar apoio. O meu querido coração espera atravessar a chuva carregado pelo mais intenso e ardente sentimento ao lado de alguém que o entenda. Mas sabemos como a chuva é incerta, assim como a vida e as pessoas que deparamos ao longo da caminhada. Sorte será encontrar um coração intenso e tão pronto a enfrentar qualquer chuva como o meu e com o meu. Afinal, é apenas a chuva, é apenas a vida. Na verdade, é “a” chuva, é “a” vida. Não dá pra ignorar, não dá pra deixar passar sem enfrentá-la. Vai dar medo, com certeza vai. Temos que ir com medo, mas temos que ir. Há momentos que serão mais difíceis, outros, surpreendentemente, mais simples, mas o preceito é apenas um: não deixe de ir. Há beleza em toda e qualquer chuva. E o sol sempre há de brilhar, assim como o arco-íris costuma aparecer, basta esperar. Então meu coração anseia pela chuva, pelas chuvas e pelo seu poder de o incendiar mesmo quando dá medo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

 

Quando o passado bate na porta


            Diga que você nunca se imaginou seguindo o caminho mais simples, correndo de volta para os braços daquele alguém conhecido do seu passado? Afinal, dá uma preguiça enorme conhecer novas pessoas. Ter que fazer inúmeras perguntas genéricas até ter coragem e se sentir à vontade para entrar em assuntos realmente instigantes. Uma vez ou outra pode ser empolgante, fugindo do padrão. Mas, na maioria das vezes, é aquela mesma coisa, “como você está?”, “mora onde?”, “faz o que?”. Seria tão mais empolgante e fácil, simplesmente, chegar e falar “te achei interessante, seja sincero, não precisa falar o que acha que eu quero ouvir, seja você, com suas loucuras, esquisitices...”, ou seja, não seja entediante. Como pode ser tão entediante conhecer pessoas novas, mas que você já viu à distância? Eu, particularmente, muitas vezes tenho preguiça. Por isso, que em alguns momentos visitar o passado parece tentador. É mais simples bater um papo sem rodeios com alguém que já conhece seus diversos lados. No entanto, passado deve ficar no passado, com algumas exceções. Por que daria certo agora? Se não deu antes, devido à diversos defeitos de ambas as partes, assim como falta de entendimento, sentimento, química, amor, e tantos outros motivos. Por que daria certo depois de dois, cinco, dez anos? Poderia, claro. Afinal, podemos mudar. Todos podem mudar. Mas e se não mudar? Vale a pena insistir, por ser mais fácil e conhecido?

        De vez em quando o passado bate na porta e nos faz repetir essas questões repetidas vezes. Curioso, ou mesmo decepcionado com as tentativas frustradas de conhecer novas pessoas, o individuo abre a janela, ou mesmo a porta, para tentar entender o que esse passado quer. A resposta pode ser chocante, surpreendente, tentadora. É fácil ficar dividida com o deixar entrar na sua vida novamente ou não, ainda mais quando a pessoa vem com a promessa de mudança acompanhada da exclamada vontade de fazer dar certo. Pode ser uma ilusão atraente, muito atraente, principalmente, para quem tem o coração mole e tende a acreditar sempre no melhor do ser humano. Então, é aí que deveria haver aquele super filtro para entender o que deve ficar guardado apenas na lembrança e o que deve fazer parte de novas memórias. Porque às vezes o passado vem apenas para dar um ponto final, esclarecer uma situação, pedir desculpas, perdoar. No entanto, se o passado vem pra desenterrar toda uma história já vivida, que por inúmeros e dolorosos motivos não deu certo, o coração deve ficar de lado e a razão deve prevalecer. Mas é tão tentador focar no já conhecido, mesmo com todos os defeitos, mesmo com tudo que já viveu e sofreu. É tão fácil esquecer por um momento as situações ruins e deixar a porta entreaberta para o passado. É tão tentador... 

Não existe resposta certa, não existe certo ou errado. Por mais que eu diga que a razão deveria prevalecer, na prática é tão diferente e intenso. O coração, frequentemente, vai querer falar mais alto. Para pessoas intensas, que guardam o otimismo dentro de si, encarar mais uma vez o conhecido passado pode ser ainda mais atraente. Porque o outro sabe exatamente o que falar, como agir, quando espera uma resposta positiva. E aquele que acredita não está errado em acreditar nas boas intenções. Errado é o outro por prometer coisas que sabe que não pode cumprir. Então, dizer o que é certo e errado na prática é extremamente complicado. Eu, particularmente, por mais que me digam pra não ser inocente e desconfiar das pessoas, prefiro confiar no meu coração e arriscar. Não digo que deixarei a porta aberta, que tentarei novamente, só digo que prefiro acreditar no bem. Há quem diga que colocar na balança é uma boa solução. Você sorriu ou chorou mais vezes quando esteve com essa pessoa? Para algumas situações pode até funcionar, mas é o que eu disse, há inúmeras variáveis: mudança de uma ou duas partes, tempo, outros relacionamentos... Não há regras, respostas. Há cada ser humano, dotado de suas particularidades. Mas se eu ousar dar um conselho, mesmo sem ser pedido, eu diria para acreditar que o coração encontrará o seu rumo ideal. Pra mim, hoje, é me abrir e continuar tentando, mesmo que seja tão entediante e dê muita preguiça. Assim como o passado pode mudar, o novo pode ser atraente e super empolgante.  


domingo, 7 de novembro de 2021

 

O jeito que ele me olha


            Parece mentira, até pra mim, mas a verdade é que toda a minha concepção de desejo tem se transformado depois que conheci aquele homem. Ele me desafia diariamente, me conquista, me faz o querer intensamente e acaloradamente. Às vezes eu me pego pesando que meu corpo sempre o procurou, porque o que temos é de enlouquecer. E o que mais espero é o seu toque, e sei que ele também espera pelo meu. Aquele olhar diz tudo. O jeito que ele olha... Sairá faíscas, eu sei, ele sabe. O jeito que ele me olha faz eu querer arrancar todas as minhas peças de roupa bem depressa. O jeito que ele me olha faz eu ficar louca por seu corpo. O jeito que ele me olha desperta pensamentos super quentes. O que não falta é calor quando se trata desse homem. O que você está fazendo comigo? Não responda. Só não pare. Por favor, não pare.

            Se eu soubesse que nossas noites seriam desse jeito, não teria pensando tanto antes. Quem nos vê, não imagina os pensamentos intensos que se passam em nossas mentes. Quem nos vê, não imagina que essa conexão foi despertada em tão pouco tempo. Às vezes ainda me questiono se isso é uma loucura. Independente da resposta, eu quero continuar. Eu quero continuar te desejando desse jeito e quero que você faça o mesmo. Porque quando você me olha, eu sinto todos os pelos do corpo assanharem. Porque quando você me olha, os meus músculos se contraem e eu me contorço por inteira. E só de imaginar o seu toque, as minhas partes mais sensíveis imploram para você chegar bem pertinho. Com isso, ao longo da noite intensa, eu posso imaginar com clareza e excitação os nossos corpos juntos e suados de um prazer entorpecente. Nossos lábios se encontram com a mesma intensidade e desejo que nossos sexos, então eu tenho a certeza que apenas uma noite nunca será o suficiente. E o desejo por você só cresce, o desejo pelo seu corpo, pelo seu toque, seu beijo... Ah, como eu anseio por seus beijos. Beije a minha boca, o meu peito, as minhas pernas, coxas... Me beije por inteira e continue me olhando assim. Quero ser sua por completo e quero que você seja meu, apenas meu. Então, me olhe e eu serei apenas sua.

            E quando eu for sua e você for meu, os dias serão pequenos para tamanha excitação. Eu sei que é reciproco, então venha e me faça sentir todo o seu vigor. Entre em mim do jeito que você entrou em minha vida, de forma intensa e surpreendente. Use e abuse dessa boca e dessa língua, que vamos virar a noite conhecendo cada canto de nossos corpos. E quando a manhã chegar, vamos repetir uma, duas, três, inúmeras vezes. Vontade não falta, eu sei. Ideias, vislumbres, excitação, tudo se junta em minha cabeça. A imagem de seus olhos em meu corpo acende um fogo enorme dentro de mim. Porque quando você me olha, eu não posso imaginar nada mais animador. Porque quando você me olha, me despindo com seus olhos intensos, meu corpo responde que serei sua, totalmente sua. Porque o jeito que você me olha, é promessa de fogo e paixão. Então não fique apenas assim, me olhe, me deseje, mas também me tome pra você. Eu quero, como eu quero. Nunca imaginei querer alguém tanto assim. Querido, me olhe apenas mais uma vez desse jeito que eu estarei inteiramente em seus braços.