Dançando conforme a
música
Não
tem um único dia em que eu não me lembre de você. No entanto, os sentimentos
são diferentes. Há dias que você desperta em mim saudade... Saudade do seu
beijo, do seu toque, do seu olhar. Em outros momentos eu fico com raiva de
você, de mim, de nós, do que poderia ter sido, do que poderia não ter sido, do
que realmente foi. Há também tristeza, principalmente, pelo meu coração que
mais uma vez se enganou. Arrependimento, um sentimento que dura pouco, porque
eu sei que valeu a pena, mesmo que brevemente. Falsas esperanças, também raro,
mas que desperta em mim pensamentos idiotas de que você enxergará o erro e virá
atrás de mim. Enfim, são sentimentos diversos, com intensidades distintas. Há
dias em que me lembro menos, outros um tanto que extrapola o ideal.
Sinceramente,
você sabe que eu sou meio louca e entende essa minha dualidade (você também é
assim!), então vai compreender quando digo que não gosto e gosto de pensar em
você desse jeito AINDA. É uma insanidade! Não há palavra, na verdade, que
descreva isso. Continuo me achando uma louca por ainda permitir que você ocupe
os meus pensamentos dessa forma. O que fomos, afinal? Sem essas besteiras de
rótulos, expectativas, etc. O que fomos, sentimentalmente falando? Nós dançamos
num ritmo muitas vezes diferente. Esperava poder dançar pra você (hahaha você
sabe o que digo), esperava dançar com você, esperava seguir um ritmo gostoso e
único, mas não pudemos. E nada de procurar as desculpas, os “se”... Cansei de
pensar tanto nisso. No entanto, quero apenas entender por que você me afeta
tanto. Por que me afetei tanto quando você não se abriu para os meus áudios
longos? Pode parecer uma besteira, e talvez seja, porque estou rindo sozinha
aqui, mas naquele instante me afetou e pareceu importante pra mim. Também sei
que cada um lida de uma forma com essas ferramentas da modernidade. Eu sei, eu
sei... Como eu sei. Mas a consciência não me livrou do incomodo. Passou, então
preciso deixar isso no passado. Você já deixou.
Só
preciso entender a montanha russa de pensamentos que é você em minha mente. E a
questão que fica, mas que preciso responder o mais breve possível, é por que eu
não consigo me decidir se esses pensamentos são ruins ou bons. Parece obvio,
todos me diriam (e dizem!), que é ruim ainda te ter tão presente em minha
mente, mas aquela parte idiota de mim, sim muito idiota, me diz que há uma
razão nisso. A verdade é que preciso deixar o meu lado idiota de lado e ser
racional. Tudo está tão claro, claríssimo. Só que essa parte é teimosa demais.
Será que o problema nunca foi você e sim eu? Eu sabia de tudo, desde o início.
Eu não queria. Eu nunca quis me abrir, me sentir frágil e me expor desse jeito.
Eu não queria ficar a mercê das vontades e dualidades alheias, já basta a minha.
Não queria, mas fiquei.
A
certeza que tenho é que eu odeio me sentir assim. Odeio depender de outra
pessoa para o mínimo que seja. Então odeio a sensação que ficou, de que eu
preciso de alguma coisa de você. Porque eu não preciso. Eu mesma me basto,
sempre bastei e isso não vai mudar. Acho que... Sinceramente, não deveria
assumir isso, mas eu acho que eu queria precisar de você, eu queria me abrir e
sentir que tenho alguém ali também precisando de mim, mesmo que simbolicamente
apenas. Eu não queria rótulos, nada dessas coisas... Não no início, pelo menos.
Eu queria sentir que fazia diferença em sua vida, em seu dia a dia, mesmo sem
ser necessária. Eu queria sim mandar áudios longos, algumas vezes falando
besteiras, contando fofocas, chorando as minhas pitangas, empolgada com as
pequenas conquistas, eu queria ter a opção de apenas fazer parte da sua rotina,
sem pressão, sem dramas, sem complicações. No entanto, não dançamos juntos, nem
dancei pra você. Nós dançamos conforme a música, mas músicas diferentes.
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