Inocência perdida
Falta de aviso não foi. Falta de alerta não foi. O que
não faltaram foram pessoas boas e preocupadas me alertando sobre a minha
insensatez. O que posso fazer? Meu coração é mole, meio otimista e prefere
acreditar no melhor das pessoas. Infelizmente, nem todas as pessoas tem esse
“melhor” para me oferecer. Pelo menos, não pra mim. Meu coração está realmente
triste e decepcionado. Eu estou triste e decepcionada. Parece que a vida,
simplesmente, me deu um sacode. Minhas convicções e admirações viraram nuvens cinzas
e amargas. Tudo o que eu acreditava perdeu o sentido e foi trocado por
desconfiança e dúvidas. Palavras perderam o valor, sentimentos são
repensados... As palavras voaram e com elas a confiança. Meu coração chora pela
decepção, pela intensa ingenuidade. Eu queria tanto acreditar no melhor, no
coração bom, nos erros sem intenção... Eu queria acreditar que não havia
maldade, que não havia a pretensão de machucar um coração... Eu queria ser
otimista, acreditar no melhor, no bom. Mas querer nunca foi sinônimo de ser. A
realidade está bem distante do meu querer, daquilo que sempre esperei. Na dura
realidade, meu coração é magoado e exposto a atitudes maldosas. Na dura
realidade, meu coração perde a sua inocência. E ela voou e com ela, o brilho, o
belo, o amor, a confiança. A inocência, simplesmente, voou e com ela, o brilho
do meu coração.
Lamento por mim, lamento por meu coração, lamento por
quem me fez duvidar de muito o que acreditei e confiei. A realidade é amarga. A
realidade é pesada. A realidade é nublada. Dias de sol? Lamento dizer, mas só
servem para bronzear a pele. Não aquece o coração. Não o meu coração
decepcionado. Lamento dizer isso. Lamento sentir isso. Lamento que a minha
inocência tenha se perdido e com ela o meu otimismo. Lamento que o céu não seja
sempre azul. Lamento que o mar não seja calmo. Lamento que a chuva não seja de
alegria. Lamento que as pessoas não sejam sinceras. Lamento que as pessoas não
respeitam os nossos sentimentos. Lamento que as pessoas não pensem. Lamento que
as pessoas magoam e não se desculpam. Lamento que as pessoas não mudam. Lamento
que as pessoas sejam más com o nosso coração. Lamento que as pessoas não tenham
o que eu acreditava terem. Lamento, lamento... Irei lamentar por muito tempo. É
mais forte que eu, assim como o meu coração otimista foi um dia. Por muito
tempo, incansavelmente, o meu mole coração repousou sua confiança em pessoas
que hoje são estranhas. Sim, estranhas, confusas e que não pensam, não levam em
consideração o meu coração. Estranhos que roubaram a minha inocência. Tarde
demais, muita gente diz, muita gente avisou... Mas aquele coração teimoso era
maior que a minha cabeça. O meu coração insistia em ver um melhor invisível e,
aparentemente, inexistente. Pobre coração... Pobre inocência... Foi tarde.
Acordei. Agora, estou bem aqui na dura realidade.
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