Para onde vamos?
Quem
eu estou querendo enganar? Quem eu estou querendo enganar quando digo que está
tudo bem? Tudo é uma palavra muito, muito abrangente. Tudo é muita coisa pra
minha cabeça agitada e para o meu mole coração. Eu não sou como você. Eu não
possuo um botão que desliga os sentimentos. Eu não digo “não quero mais sentir isso” e simplesmente não sinto. Para mim
não é simples assim. Quem dera fosse... Quero dera eu conseguisse controlar o
que sinto por cada pessoa. Quem dera fosse fácil desligar o amor e ativar
apenas a amizade. Não, eu não sou essa máquina. Não, infelizmente, ainda não
alcancei essa etapa da evolução. Não sou capaz de mandar no meu coração. Ah,
pobre coração... Vive mandando em mim. Mesmo eu me esforçando, mesmo eu tentando,
vendo que o outro está bem sem mim, que não há nenhum sentimento além, eu
continuo aqui, com o peito inundado em sentimentos. Claro que eu sei das
coisas, sei o que devo e o que não devo. Sei que alguns sentimentos precisam
morrer... Infelizmente, não devo nutrir alguns sentimentos muito bonitos (pelo
menos, era o que eu achava)... Não devo, não posso. Sei muito bem de tudo. Não
há reciprocidade neste sentido, apenas no carinho, cuidado, preocupação,
amizade, tesão... É, algumas relações são simplesmente muito complexas. Eu sei,
não há aquela reciprocidade, e uma das partes possui o botão que deliga os sentimentos...
Uma das partes parece forte o suficiente para falar que não vai mais sentir e
não sente. Infelizmente, essa parte não sou eu. Meu mole coração e eu somos
aquela parte que, mesmo sabendo de tudo, não consegue desligar o sentimento e
fingir que está tudo bem. Como ficar tudo bem quando há tanto? Mas precisa
ficar, uma hora deve ficar... É o que eu espero, para o bem do meu bobo e não
evoluído coração.
Mesmo que os pelos dos meus braços arrepiem. Mesmo que minhas
partes mais intimas vibrem. Mesmo que o meu coração acelere. Mesmo que a minha mente
se inunde de pensamentos criativos e excitantes. Mesmo que todo o meu corpo
insista, eu não devo. Já querer... Não entraremos nessa questão, é complicado
demais. O que eu digo é que tudo é coisa demais e, neste momento, eu só queria
ter um botão. Poderia ser diferente... Poderia ser simples... Excitante...
Empolgante... Incrível. Sim, sabemos que o tudo poderia ser incrível. E eu não
entendo o motivo de não ser...
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